Peritos do Diálogos Setoriais apresentam resultados em evento no Inmetro

Publicado dia 24/03/2016

O objetivo do evento Diálogos Setoriais foi integrar a comunidade de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) brasileira com seus parceiros, além de apresentar as conquistas alcançadas pelo Programa Brasileiro de ACV.

Com o objetivo de realizar o aproveitamento técnico sobre a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e a divulgação dos resultados obtidos por meio do trabalho realizado pelos peritos no decorrer do projeto Diálogos Setoriais, representantes do governo, da academia e da indústria se reuniram na sede do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) nesta quinta-feira (17), em Brasília. O evento foi realizado conjuntamente pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), pela União Europeia e pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e faz parte da Semana Internacional de Avaliação do Ciclo de Vida.

Na abertura, a representante do Inmetro, Maria Teresa Rezende, assessora da Diretoria de Avaliação de Conformidade, falou sobre a sua satisfação com a realização do evento. “Nós sabíamos que a implantação do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida não seria algo fácil, mas estamos aqui colhendo frutos durante essa semana e fico realmente muito emocionada com o lançamento do banco de dados, da revista, e o esforço da equipe que está à frente do projeto no Ibict. Só conseguimos obter resultamos em um programa como esse com o comprometimento de todos, esforço e parceria”, ressaltou a assessora.

“Nós sabíamos que a implantação do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida não seria algo fácil, mas estamos aqui colhendo frutos durante essa semana e fico realmente muito emocionada com o lançamento do banco de dados, da revista, e o esforço da equipe que está à frente do projeto no Ibict. Só conseguimos obter resultamos em um programa como esse com o comprometimento de todos, esforço e parceria” declara Maria Teresa Rezende, do Inmetro.

Giovana Veloso, representando o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) no evento, avaliou a atuação dos órgãos envolvidos no projeto e parabenizou a todos. “Fruto de uma parceria exitosa entre o Ibict e o Centro Comum de Investigação, o projeto é também um desdobramento do que aconteceu na sétima convocatória. Em níveis políticos, os Diálogos Setoriais são acompanhados pelo Ministério das Relações Exteriores e pelas assessorias internacionais de cada ministério. Ele foi criado para contribuir para a aproximação técnica dentro do próprio projeto. O Ministério da Ciência e Tecnologia está conosco desde 2008, assim como sua unidade de pesquisa, o Ibict, que entrou posteriormente. Todos estão de parabéns!”.

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O representante do Centro de Avaliação Conjunta da União Europeia (JRC), Gian Andrea Blengini, falou sobre os avanços dos Diálogos Setoriais e da Avaliação do Ciclo de Vida. “Foram conquistas muito importantes, mas também quero dar ênfase aqui à cooperação conjunta do JRC e das instituições brasileiras, particularmente o Ministério da Ciência e Tecnologia, que foi muito além desses diálogos”. Blengini ressaltou ainda a importância de um acordo de cooperação firmado entre as instituições. “Hoje quero parabenizar, mostrar o quão ativa e dinâmica tem sido essa colaboração. Essa parceria não foi benéfica apenas para o Brasil, mas também para o JRC. O Brasil ajudou a entendermos todas as etapas relacionadas a esse projeto. A base de dados de Avaliação de Ciclo de Vida foi uma conquista importantíssima e nós gostaríamos muito que vocês compartilhassem esses dados”, disse ao final.

Asier Santillán Luzuriada, representando a delegação da União Europeia, fez uma retrospectiva de algumas ações dos Diálogos Setoriais e comemorou o nível das parcerias que foram realizadas no decorrer do tempo e os resultados alcançados. “Nesses anos tivemos até oito convocatórias. Na última, com mais de 100 propostas, a maioria da parte brasileira. Ao final foram assinadas 66 propostas, tendo 29 parceiros brasileiros e outros parceiros diferentes da União Europeia. Até o momento, nesses sete anos, a comissão geral apoiou e financiou essas atividades no Brasil”. Luzuriada complementou dizendo que a mudança e o desenvolvimento das discussões era resultado também do êxito da troca de experiências.

A mesa de abertura foi encerrada com a participação da diretora do Ibict, Cecília Leite, que disse estar muito feliz com todos os resultados apresentados no Fórum. “Se há uma mudança e ela é em função do crescimento e desenvolvimento desse País, o Ibict tem motivos para comemorar. Esse projeto possibilitou ao nosso trabalho dar um salto e conquistar um outro patamar na questão do ACV”. Cecília Leite também ressaltou a importância da parceria com o MPOG, representado no evento pela senhora Giovana Veloso. “Esse é o órgão brasileiro que trata de todos os acordos firmados pelo projeto e é muito importante que eles continuem incentivando. Ao todos, são 60 ações e se elas tiverem resultados semelhantes ao que consideramos que tivemos durante esse período, estaremos fazendo a diferença. Ao lado da Comunidade Europeia, o Ministério está contribuindo para um grande avanço em ciência e tecnologia neste País”, encerrou Cecília.

O objetivo do evento foi integrar a comunidade de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) brasileira com seus parceiros, além de apresentar as conquistas alcançadas pelo Programa Brasileiro de ACV.

Os Diálogos Setoriais, por constituírem instrumento privilegiado de cooperação e política externa utilizado pela União Europeia e pelo Brasil nas discussões de temas estratégicos, foi realizado no intuito de reforçar os princípios de reciprocidade, complementariedade e interesse mútuo, explicou Tiago Braga, coordenador do programa de ACV do Ibict. O encontro contou com representantes de mais de 20 países.

Segundo Tiago Braga, o Diálogos Setoriais é um projeto importante, do qual o Ibict faz parte já há três anos, e que foi fundamental para a construção do Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil), tanto do ponto de vista metodológico, como tecnológico e político. O SICV Brasil, conforme ele, é um importante instrumento para a gestão da informação científica e tecnológica no país.

“Do ponto de vista tecnológico, nós tivemos um grande avanço com os peritos contratados. Eles foram fundamentais para o lançamento do banco nesta semana. Do ponto de vista metodológico, conseguimos avançar em discussões que permitissem a gestão do banco. Nós temos três peritos trabalhando conosco, sendo um alemão, um italiano e um brasileiro”, contou.

Diogo Aparecido Lopes da Silva, estudante de doutorado em Engenharia de Produção da Universidade de São Paulo (USP) e um dos peritos contratados para a elaboração do Banco Nacional de Inventário do Ciclo de Vida (SICV Brasil), falou que o projeto apresentado faz partedo Diálogos Setoriais Brasil/União Europeia.

“Nós focamos em analisar as documentações dos Bancos de Dados Internacionais que existem sobre as políticas de gestão, manutenção e uso dos Bancos de Dados mundiais de Ciclo de Vida do Produto. A partir dessa análise pudemos fazer recomendações para o caso do contexto brasileiro. Ou seja, da política de gestão, manutenção e uso do SICV Brasil. Tivemos que analisar o background já existente nas políticas internacionais e ver como isso poderia ser utilizado no contexto brasileiro. Esse foi o objetivo do nosso trabalho. O projeto ainda passará por uma revisão e será concluído em abril de 2016, tendo sido elaborado em cerca de seis meses de duração”, salientou Silva.

Com relação aos benefícios do Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil), Diogo Silva explicou que o principal é o aumento da competitividade industrial brasileira, pois é fundamental pensar hoje em desenvolvimento sustentável, tendo produtos ambientalmente mais adequados e melhores.

“O uso do SICV Brasil auxilia nisso. O Banco de Dados será utilizado pelas empresas que querem obter rotulagem ambiental, participar de compras e licitações verdes. Ou seja, isso será incluído dentro das políticas públicas brasileiras como uma ferramenta de suporte, além de ajudar a melhorar a competitividade nacional e industrial, visando exportações dos produtos para mercados mais conscientes”, enfatizou Silva.

Cecília Leite, diretora do Ibict, disse que o evento foi extremamente positivo. Ela ressaltou que o SiCV Brasil foi elaborado para que toda a sociedade brasileira se beneficie dele e o utilize como uma ferramenta de gestão ambiental dos produtos.

“Nós precisamos do apoio e da contribuição de todos. Isso faz parte de um projeto global, de uma rede global de ACV. Estamos todos juntos nessa ideia, inclusive aqueles parceiros estrangeiros, de outras localidades do mundo, que não puderem estar presentes no Fórum. A ideia é que o SICV Brasil e a revista Lalca sejam um ponto de integração, pelo menos da nossa região da América Latina, para que a gente se fortaleça como comunidade de ACV e que possamos contribuir cada vez mais para essa temática”, finalizou.

Acesse as apresentações do evento: Apresentações Diálogos Setoriais ACV


Cláudia Mohn e Daniela Cunha
Núcleo de Comunicação Social do Ibict

Créditos da imagem: Francisco Rocha

Data da Notícia: 18/03/2016