Bioeconomia não é alternativa, é o caminho, afirma pesquisador do Ibict

Publicado dia 25/10/2019

“A bioeconomia é a única economia possível para o desenvolvimento sustentável”, disse Thiago Rodrigues, especialista em Avaliação do Ciclo de Vida do Ibict

“A bioeconomia é a única economia possível para o desenvolvimento sustentável”, disse Thiago Rodrigues, especialista em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), durante palestra na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília, no dia 23.

Conforme o pesquisador, a adoção da bioeconomia é um caminho sem volta, mas é necessário o uso de métricas que orientem as formas mais sustentáveis de produção. “A bioeconomia, na minha visão, não é uma alternativa à economia tradicional. Ela é o caminho. A gente tem que seguir esse caminho porque não tem recurso suficiente que atenda a demanda de uma população de 9 bilhões de pessoas daqui a poucos anos”, alertou.

Thiago Rodrigues explicou que a ACV é uma técnica desenvolvida para mensuração dos possíveis impactos ambientais causados como resultado da fabricação e utilização de determinado produto ou serviço. A abordagem sistêmica da ACV é conhecida como do “berço ao túmulo”, na qual são levantados os dados em todas as fases do ciclo de vida do produto. O ciclo de vida se refere a todas as etapas de produção e uso do produto, relativas à extração das matérias-primas, passando pela produção, distribuição até o consumo e disposição final, contemplando também reciclagem e reuso quando for o caso.

“A ideia da ACV é identificar pontos críticos no sistema produtivo de forma a tomar decisões que vão melhorar o desempenho ambiental, econômico e social dos produtos. O Brasil é um dos poucos países que tem um banco de dados nacional. Nós participamos de uma rede internacional que engloba outros bancos de dados e, graças ao trabalho que o Ibict tem feito, a gente tem um protagonismo muito forte e é referência no mundo”, diz Rodrigues.

O Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV Brasil) mencionado pelo pesquisador é um banco de dados criado para abrigar Inventários do Ciclo de Vida (ICVs) de produtos nacionais. O Ibict, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é o gestor do SICV Brasil, além de atuar em parceria com empresas para promover a ACV como ferramenta para medir a sustentabilidade de produtos.

O SICV Brasil é um sistema gerenciador de bases de dados que visa um conjunto consolidado dos inventários brasileiros, o que implica diretamente no aumento da competitividade da indústria nacional vinculado a um melhor desempenho ambiental de produtos e serviços.

“É importante considerar que dados são a base para a compreensão e a tomada de decisão. O desenvolvimento ambiental deve ser amparado pela ciência e contar com bases de dados como o SICV Brasil”, disse Thiago Rodrigues.

O próprio usuário representante da academia, indústria ou governo pode depositar o seu inventário no sistema. Para isso deverá realizar um cadastro no site do SICV Brasil. Os dados de inventários depositados passarão por duas revisões, uma de qualidade e outra de dados antes da disponibilização para acesso público.

O SICV Brasil está disponível no seguinte endereço: http://sicv.acv.ibict.br.

Com informações da ASCOM do MCTIC.