CBGCV discute políticas e programas de Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil

Publicado dia 21/09/2016

Plenária contou com a participação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

A plenária de abertura do segundo dia do V Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida (VCBGCV), realizado em Fortaleza, abordou o tema “Políticas e Programas de Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil”. Moderada pelo professor Gil Anderi, presidente da Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV), a plenária contou com a participação de representantes do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), que preside o Comitê Gestor do Programa Brasileiro de Avaliação do Ciclo de Vida (PBACV) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

A diretora do Ibict, Cecília Leite, abriu a plenária com o tema “Programa Brasileiro de ACV e Base de dados Brasileira de ICV”. Cecília explicou as diretrizes e a estrutura do PBACV e os objetivos do programa a médio e longo prazo. “Nossa pretensão foi implantar no país um sistema reconhecido em âmbito internacional.”

Em seguida Tiago Braga, coordenador do projeto de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) do Ibict, falou sobre a Rede Global de Interoperabilidade de Bases de Dados de ACV (GLAD). “Em uma pesquisa de 2015 realizada pelo Ibict, foram identificados softwares de ACV que apresentavam até 43% de perda ao serem importados para o Banco Nacional de Inventários de Ciclo de Vida – SICV Brasil”, explicou. Formada por 14 países, a rede foi criada justamente para que todos os formatos de inventários conversem entre si, sem perda de dados. Entre as vantagens da Rede, Tiago citou a diminuição de custos, pois o pesquisador terá um ponto central para encontrar todos os dados abertos em ACV no mundo; aumento da visibilidade dos pesquisadores; e ampliação do acesso à informação de ACV.

Marina Bortoletti, representante do PNUMA, falou das Iniciativas pelo Ciclo de Vida da United Nations Environment Programme (UNEP). Visando promover um novo olhar para tomadores de decisão em relação a consumo e produção sustentáveis, a UNEP tem trabalhado com ações e projetos que aceleram o processo de mudança dos padrões de produção e consumo. “A ACV ajuda a identificar e mapear com precisão as causas e efeitos dos problemas, além de possibilitar a priorização de determinadas políticas em detrimento de outras”, observou Bortoletti.

Por fim, o pesquisador em ACV do Ibict, Thiago Rodrigues, falou sobre o Guia de Qualidade para Base de Dados Nacional de Inventários. O pesquisador explicou o processo de criação do Guia de Qualidade para os inventários que serão submetidos ao SICV, além de apresentar o guia e suas especificidades. “Nossas condições, que são tropicais, influenciam diretamente na confiabilidade dos estudos, pois quando buscamos dados, eles são, na maioria das vezes, construídos em outros contextos. O SICV nasce dessa necessidade de tropicalização da informação”, explicou Rodrigues.

V CBGCV
Sob o tema “Gestão do Ciclo de Vida nos Trópicos”, a quinta edição do Congresso Brasileiro em Gestão do Ciclo de Vida (CBGCV) reúne em Fortaleza, entre os dias 19 e 22 de setembro, um público de 150 pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras, além de estudantes, profissionais da administração pública e representantes de empresas como multinacionais químicas e petroquímicas, de software, indústria do vestuário e da construção civil.

O objetivo é ampliar o debate sobre aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) no estudo de produtos brasileiros – em especial bioprodutos –, rotulagem ambiental, construção de políticas públicas sustentáveis. Espera-se ainda debater a necessidade de adaptação e regionalização de métodos de Inventário de Ciclo de Vida (ICV) e de Avaliação de Impactos de Ciclo de Vida (AICV). Saiba mais no site oficial do evento.